Escrita como autocuidado

Quem não teve um diário na adolescência? Ou aquele caderno para anotar reflexões, pensamentos, desabafos, poemas ou frases de amor? Confesso que tive vários e alguns estão guardados até hoje. O tempo passou e perdi esse hábito, até entender que, além de ser uma forma eficaz de expressão emocional, a escrita também pode ajudar a aumentar a nossa autoestima, a termos mais consciência sobre nossas emoções e a melhor geri-las.

Ao escrevemos sobre nossas emoções, entendemos melhor sua origem ou a causa,  trazendo benefícios para a nossa  saúde mental, como redução do estresse e melhora do humor, ou seja, a escrita pode nos ajudar a sermos  mais autoconscientes e a definirmos metas mais claras. Por tudo isso, podemos dizer que a escrita é um autocuidado.

Quando nos conectamos com nossa verdade interior e somos capazes de escrever  sobre nossas experiências de vida, traumas ou desafios, ocorre um processo transformador. Por meio da prática regular, desenvolvemos confiança em nossas habilidades e nos tornamos mais confortáveis em compartilhar nossas ideias e anseios. Escrever  nos auxilia a  identificar e avaliar sentimentos e emoções, o que contribui para o nosso crescimento pessoal

Literatura – Respiro para a alma

      Na primeira matéria da série Literatura como alimento e cuidado, a convidada é Patricia Melandres, bibliotecária e pós-graduanda em Literatura Infantil e Juvenil pela Universidade Cândido Mendes. Apaixonada por Literatura, criou o canal Respiro Literário para compartilhar suas experiências, seu amor pelos livros, contar histórias, entrevistar   profissionais do universo literário e educadores, entre outros, tendo sempre a literatura como foco principal.

      Patricia conta que sua paixão começou na infância, sua mãe costumava comprar muitos livros infantis, e sua irmã foi sua grande  referência por ser uma leitora voraz, passava as tardes lendo no quarto. Foi a irmã que a levou pela primeira vez à biblioteca municipal. “Foi um momento muito mágico porque eu entrei naquele ambiente enorme, cheia de livros e tinha um espaço especial para a Literatura Infantil, os livros eram coloridos, lembro-me muito bem, as prateleiras  eram mais baixas, então a gente podia ter acesso aos livros, a partir disso despertou esse desejo de começar a ler mais”, relembra.

Descobertas em tempos de isolamento social

“Em todo começo reside um encanto
que nos protege e ajuda a viver.”

Herman Hesse

Realmente não é fácil ficar em casa o tempo todo, deixar de lado os amigos, os familiares, trabalhar remotamente, ou ficar sem trabalho. Reuniões sociais nem pensar, muito menos ir ao cinema, teatro, barzinho… Escolas fechadas, crianças precisando estudar on-line. Profissionais precisando se reinventar, quem torcia o nariz para atividades on-line, precisou aprender a usar aplicativos para participar de   reuniões virtuais. Donos de pequenas empresas, trocaram o atendimento presencial pelo delivery ou drive-thru. Atualmente até a compra do supermercado é na ponta dos dedos.

É possível falar em leitura para bebês?

O gosto por histórias, livros e leitura deve começar bem cedo, e isso não tem a ver com alfabetizar, mas sim inserir a criança no mundo dos livros, muito antes da idade escolar. Atualmente há um grande movimento destacando a importância da leitura já na primeira infância, inclusive para bebês. Muitas creches têm até “bebetecas”, um espaço para os bebês onde são planejadas ações de leitura. 

Mas por que ler para os pequenos que ainda nem aprenderam a falar?

Essa prática traz benefícios para a criança? A resposta é SIM!

ALMAS GÊMEAS – existem mesmo?

“Uma alma gêmea é alguém cujas fechaduras coincidem com nossas chaves e cujas chaves coincidem com nossas fechaduras. Quando nos sentimos seguros a ponto de abrir as fechaduras, surge o nosso eu mais verdadeiro e podemos ser completa e honradamente quem somos. Cada um descobre a melhor parte do outro.”  (Richard Bach)

Ouço muitas pessoas dizendo que ainda esperam encontrar sua alma gêmea. Será que realmente existe ou é uma desculpa para seguir a vida procurando em vão por aquela pessoa especial?

O SISTEMA AXIOLÓGICO EM LOBATO

O SISTEMA AXIOLÓGICO EM LOBATO

Fátima Pereira

Quando surgiu “A menina do narizinho arrebitado”, a história da literatura infantil no Brasil tomou um novo rumo. Através dos moradores de “O Sítio do Picapau Amarelo”, Lobato brinca, ensina, critica e questiona a verdade. Se o  sitio de Dona Benta representa o Brasil, suas personagens representam os segmentos sociais, cada um  com suas características peculiares. Misturando imaginação com ironia e sabedoria, nada escapou a Lobato, nem temas tão polêmicos quanto à necessidade da modernização do país, à guerra ou o petróleo. Conhecer o autor será importante para entender o sistema axiológico (do Grego axios, que vale + lógos, tratado), ou seja, os valores morais e espirituais através das suas personagens.1


1. O Projeto criador de Monteiro Lobato

 “Um país se faz com homens e livros”
Monteiro Lobato

Filho de fazendeiro e neto de visconde, José Bento Marcondes Lobato nasceu a 18 de abril de 1882. Foi além de inventor e maior escritor da literatura infanto-juvenil brasileira, uma personalidade muito interessante da história recente do país e também muita polêmica. Antes de Lobato todos os livros eram impressos em Portugal; com ele inicia-se o movimento editorial brasileiro sendo reconhecido como um dos criadores da indústria editorial no Brasil, fundando a primeira editora brasileira, a “Monteiro Lobato e Cia”, em 1918.