Viajando na leitura com Andréia Celegato

Já imaginou ir a uma horta para comprar verduras e se deparar com uma biblioteca, ou melhor, uma hortoteca? Esse lugar existe e está no livro Viajando na leitura com Godô.  Conversei com  a autora para conhecer um pouco mais sobre essa história  e  as personagens (reais) que fazem parte dessa grande aventura. Além de ser muito talentosa, ela é uma simpatia,  contou sobre seu trabalho, deu dicas para quem quer contar histórias, compartilhou suas fotos e muito mais. Vamos  embarcar na magia da leitura com a Andréia Celegato?

Andréia Celegato

Mineira de Andradas, Andréia vive atualmente em Americana, SP. É escritora, pedagoga, contadora de histórias, educadora musical, artesã e   mãe de três adolescentes. Histórias e educação sempre estiveram em sua vida, após a pedagogia, fez pós-graduação em Psicopedagogia, Educação Especial, Libras, Educação Musical e Contação de Histórias e Literatura.

Quando era pequena, ela  gostava muito de ouvir histórias contadas pelos  professores ou por seus pais. Então, desde que começou a a lecionar, as histórias sempre estiveram presentes em sua sala de aula.

O vilarejo – onde moram a poesia, a arte e a felicidade

Imagine um lugar aconchegante e alegre onde os vizinhos são generosos, as pessoas convivem em perfeita harmonia e  a felicidade reina em todos os lares. Esse lugar existe,  a escritora e ilustradora Adriana Gamelas faz um convite muito especial: visitar O Vilarejo e conhecer seus moradores adoráveis. É hora de fazer as malas e embarcar nessa deliciosa viagem literária pelas páginas do livro, em que texto e ilustração proporcionam a nós leitores um verdadeiro deleite, aguçando os nossos sentidos e nossas memórias afetivas.

Para saber um pouco mais sobre o livro, conversei com a Adriana, pois fiquei muito curiosa sobre seu  processo criativo.

Como começou sua relação com a leitura?

Minha relação com a leitura começou muito cedo, pois minha mãe era alfabetizadora. Sempre amei os livros! A escrita também sempre esteve presente, pois sempre fui muito tímida. Escrevia para me expressar melhor!

De onde vem sua inspiração?

Minha inspiração veio das viagens que fiz. Sou apaixonada por vilarejos e histórias de vida!  Cada lugar, uma história para ser contada.

Como surgiu o projeto do livro O Vilarejo?

O livro foi todo pensado e criado dentro do meu ateliê de arte infantil. Usei pano cru, telas, fitas, feltros, botões, cola 3D, fuxico, pau de canela, anis estrelado, macela… Os personagens são de papel machê.  Na verdade queria que o livro tivesse essa pegada ATELIÊ!!! Até para trazer inspiração para que os professores criem pequenos “espaços ateliê” com as crianças. O projeto gráfico do livro  foi pensado para trazer essa “falsa visão” tátil. Estimula os sentidos! A história é bem simples e leve, mas que mexe com a memória afetiva, inclusive dos adultos!

As ilustrações são belíssimas, usando vários materiais, Adriana proporciona ao leitor essa “ilusão tátil”, dá vontade de passar a mão nas imagens  para sentir a textura, como na página ao lado. 

Sendo professora, como você vê a importância  da arte na educação?

Com certeza, é muito importante ! O vilarejo foi todo pensado e criado dentro de um ateliê de arte infantil. As ilustrações dão as mãos para o texto e os dois brincam de roda! Uma delícia! Literatura e a arte fazem uma combinação perfeita!!!!!

Vem novidades por aí?

Foto: reprodução Facebook

Meu próximo livro  é A menina com cheiro de alecrim. Ainda não foi lançado. Continuo querendo despertar os sentidos e a memória afetiva também.

Além do lançamento do livro, Adriana montou  uma exposição, que devido à pandemia,  foi virtual. Os quadros, com suas cores e texturas  estimulam todos os sentidos, e principalmente incentivam o  contato das crianças com a arte.

Exposição O vilarejo
Para saber mais sobre o trabalho de Adriana Gamelas e onde comprar o livro:

O vilarejo

Adriana Gamelas

autora e ilustradora

Ed. do Autor, 2020

30 p.

 

Marisa e suas Histórias Viajantes

Marisa Maia Mello levou sua paixão pelos livros e boas histórias para  além dos muros da escola. Professora, mediadora de leitura, escritora e contadora de histórias, ela transformou sua própria garagem em uma biblioteca para atender as crianças do bairro.  Tudo começou muito antes,  com  um projeto desenvolvido a pedido da prefeitura de sua cidade, a pequena Bom Jardim, no Rio de Janeiro, ao ser convidada para fazer parte de um projeto de incentivo à leitura, levando livros e contação de histórias para as escolas longínquas, em uma Kombi.

Tupiapá, a menina contadora de histórias Foto: Arquivo pessoal

A ideia era fazer algo impactante, então criou uma personagem, uma garotinha de cinco anos, contadora de histórias, Tipiapá  (“tia” na língua do Pê). Isso aconteceu no momento em que passava por uma depressão e foi incentivada pelo terapeuta a procurar uma  atividade que gostasse para se envolver. Segundo Marisa,  foi uma benção surgir esse projeto nessa fase, pois além de tornar-se uma contadora de histórias profissional, ajudou-a  em seu processo de cura.  As coisas acontecem no momento certo, completa.

Literatura – Respiro para a alma

      Na primeira matéria da série Literatura como alimento e cuidado, a convidada é Patricia Melandres, bibliotecária e pós-graduanda em Literatura Infantil e Juvenil pela Universidade Cândido Mendes. Apaixonada por Literatura, criou o canal Respiro Literário para compartilhar suas experiências, seu amor pelos livros, contar histórias, entrevistar   profissionais do universo literário e educadores, entre outros, tendo sempre a literatura como foco principal.

      Patricia conta que sua paixão começou na infância, sua mãe costumava comprar muitos livros infantis, e sua irmã foi sua grande  referência por ser uma leitora voraz, passava as tardes lendo no quarto. Foi a irmã que a levou pela primeira vez à biblioteca municipal. “Foi um momento muito mágico porque eu entrei naquele ambiente enorme, cheia de livros e tinha um espaço especial para a Literatura Infantil, os livros eram coloridos, lembro-me muito bem, as prateleiras  eram mais baixas, então a gente podia ter acesso aos livros, a partir disso despertou esse desejo de começar a ler mais”, relembra.

Tempo

O
tempo voa…

Num
piscar de olhos, o hoje já foi, o ano passou, as pessoas que amamos (ou as que
deveríamos amar) também já se foram.

Pentimento

A primeira vez que me deparei com essa palavra foi no título de um romance1, isso há mais de duas décadas. Não me lembro muito bem da história, mas ficou marcado em minha memória a palavra e seu significado. Um pentimento2  é uma alteração em uma pintura, com o passar do tempo aparecem vestígios do trabalho anterior, é  possível ver em alguns quadros algumas linhas originais, que mostram que o artista mudou de  ideia quanto à composição durante o processo de pintura, ou se arrependeu.

Esses dias estava olhando para uma pintura  que ganhei há muito tempo, observando que por baixo da tinta havia uma outra cor, riscos que antes não observara, lembrei-me daquela palavra e da época em que li o romance, quando eu era só uma garota cheia de sonhos…