A linguagem dos marginalizados nos contos de João Antonio e Luandino Vieira

A linguagem dos marginalizados nos contos de João Antonio e Luandino Vieira
                                                             Fátima Pereira
Brasil e Angola têm em comum, além da língua, afinidades etnoraciais, sociais, culturais e conexões históricas. No início do século XX, o Brasil, nação livre e independente, se despontava como uma importante força econômica e política, com uma sociedade racial e socialmente híbrida, despertando o interesse das colônias portuguesas na África.  Para aqueles que desejavam uma ruptura com a metrópole, o Brasil era fonte de inspiração, e nesse aspecto a literatura é de fundamental importância. Escritores brasileiros, principalmente os regionalistas, eram lidos e admirados pelos jovens intelectuais angolanos. A questão da identidade, levantada  pelos modernistas brasileiros, é  uma questão importante para a vanguarda de escritores angolanos, sendo assim,  diálogo no campo literário também foi estendido ao campo político.Muitos escritores angolanos falam da influencia de escritores brasileiros: Luandino declara a relevância da obra de João Guimarães Rosa na sua trajetória de escritor (CHAVES: 1999).