Marisa e suas Histórias Viajantes

Marisa Maia Mello levou sua paixão pelos livros e boas histórias para  além dos muros da escola. Professora, mediadora de leitura, escritora e contadora de histórias, ela transformou sua própria garagem em uma biblioteca para atender as crianças do bairro.  Tudo começou muito antes,  com  um projeto desenvolvido a pedido da prefeitura de sua cidade, a pequena Bom Jardim, no Rio de Janeiro, ao ser convidada para fazer parte de um projeto de incentivo à leitura, levando livros e contação de histórias para as escolas longínquas, em uma Kombi.

Tupiapá, a menina contadora de histórias Foto: Arquivo pessoal

A ideia era fazer algo impactante, então criou uma personagem, uma garotinha de cinco anos, contadora de histórias, Tipiapá  (“tia” na língua do Pê). Isso aconteceu no momento em que passava por uma depressão e foi incentivada pelo terapeuta a procurar uma  atividade que gostasse para se envolver. Segundo Marisa,  foi uma benção surgir esse projeto nessa fase, pois além de tornar-se uma contadora de histórias profissional, ajudou-a  em seu processo de cura.  As coisas acontecem no momento certo, completa.

É possível falar em leitura para bebês?

O gosto por histórias, livros e leitura deve começar bem
cedo, e isso não tem a ver com alfabetizar, mas sim inserir a criança no mundo
dos livros, muito antes da idade escolar. Atualmente há um grande movimento
destacando a importância da leitura já na primeira infância, inclusive para
bebês. Muitas creches têm até “bebetecas”, um espaço para os bebês onde são
planejadas ações de leitura. 

Mas por que ler para os pequenos que ainda nem aprenderam a
falar?

Essa prática traz benefícios para a criança? A resposta é SIM!

Biblioteca humana: onde se leem pessoas

Quando se fala em biblioteca, provavelmente você pensa em um espaço repleto de livros, com muitas histórias emocionantes, personagens incríveis, lugares longínquos e muito mais.

E uma biblioteca onde em vez de livro, leem-se pessoas? Você consegue imaginar?

Esse é o conceito da Biblioteca Humana, “livro” e “leitor” literalmente conversando.

Um espaço onde pessoas com algo para contar, são como livros, à disposição de quem quiser lê-las, ou seja, conversar com elas. Geralmente são pessoas com histórias de superação, vencendo barreiras do preconceito, dos estereótipos impostos pela sociedade.  Ambos saem modificados com o aprendizado: os protagonistas têm a oportunidade de se expressarem e os “leitores” podem fazer perguntas, conhecem outra realidade, aprendem a enxergar além, entender a diversidade, desafiar suas ideias pré-concebidas, sem julgar. Apenas uma coisa é necessária: pessoas dispostas a contar suas histórias e pessoas que querem ouvi-las. É um novo significado para aquela conhecida frase: “Sou um livro aberto”.