Inacreditável: quando a polícia não leva as vítimas a sério

Na última sexta-feira, 13, a minissérie Inacreditável (Unbelievable) chegou à Netflix, causando burburinho e expectativa pela temática, falar de estupro sempre é muito delicado. Logo no início a indicação “Baseada em fatos reais” chama a atenção. É forte, perturbadora e também uma história de “trauma, coragem e resiliência”, como indica a própria plataforma. O título é bem apropriado, já que é mesmo inacreditável que uma jovem estuprada em sua própria cama, tenha passado por tanto descaso e humilhação.

Com oito episódios, a produção acompanha a investigação de uma série de estupros ocorridos entre 2008 e 2011 nos EUA. Logo no primeiro, o espectador tem o incômodo papel de acompanhar uma jovem de apenas 18 anos, em Lynwood, Washington, que sofre um terrível ataque em seu próprio quarto, após ser acordada por um desconhecido mascarado portanto uma faca. Não bastasse toda a violência sofrida, ela continua a passar por situações terríveis, constrangedoras e levianas, tanto no hospital, quanto na polícia, repetindo tantas vezes o depoimento, relembrando vez por vez. Torna-se até cansativo acompanhar a narrativa. Mas tudo é proposital, a intenção é essa mesmo: se colocar no lugar da protagonista.