A fada das palavras

Dona de um sorriso cativante e alegria de menina, Bela Lopes fez do seu amor à literatura  e do encantamento da infância o alicerce de suas escolhas e caminhos. Vamos conhecer um pouco mais dessa trajetória?

 

As histórias sempre fizeram parte da vida de Bela. Desde criança, escrevia e inventava brincadeiras com as palavras.  Esse encantamento  norteou sua vida. Formada em Letras Português/Alemão pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), é poeta, educadora literária, especialista em Literatura Infantil e Juvenil e contadora de histórias. Coordena um clube literário feminino, o Literandas e  é  uma das organizadoras do coletivo Marimba Literária, que reúne autores da Baixada Fluminense e de outros ramais.   

Na infância foi estimulada pelas brincadeiras, cantigas e causos da tradição oral, contada pelos pais e avós. Uma memória que guarda com muito afeto é a lembrança de sua mãe comprando uma coleção de contos de fadas, em livro e fita cassete, na banca de jornal:  “Ela sabia como eu adorava ouvir histórias, já antes mesmo de aprender a ler”.

“Meu livro inesquecível foi Peter Pan, de J.M. Barrie, o livro mágico que me levou a querer continuar a sonhar e a inventar novos mundos e possibilidades para as crianças e para mim.”

Escrita como autocuidado

Quem não teve um diário na adolescência? Ou aquele caderno para anotar reflexões, pensamentos, desabafos, poemas ou frases de amor? Confesso que tive vários e alguns estão guardados até hoje. O tempo passou e perdi esse hábito, até entender que, além de ser uma forma eficaz de expressão emocional, a escrita também pode ajudar a aumentar a nossa autoestima, a termos mais consciência sobre nossas emoções e a melhor geri-las.

Ao escrevemos sobre nossas emoções, entendemos melhor sua origem ou a causa,  trazendo benefícios para a nossa  saúde mental, como redução do estresse e melhora do humor, ou seja, a escrita pode nos ajudar a sermos  mais autoconscientes e a definirmos metas mais claras. Por tudo isso, podemos dizer que a escrita é um autocuidado.

Quando nos conectamos com nossa verdade interior e somos capazes de escrever  sobre nossas experiências de vida, traumas ou desafios, ocorre um processo transformador. Por meio da prática regular, desenvolvemos confiança em nossas habilidades e nos tornamos mais confortáveis em compartilhar nossas ideias e anseios. Escrever  nos auxilia a  identificar e avaliar sentimentos e emoções, o que contribui para o nosso crescimento pessoal

Agosto Lilás: Precisamos romper o silêncio, basta de violência contra a mulher

A campanha Agosto Lilás, uma iniciativa de conscientização sobre a violência contra a mulher,  foi criada em referência à Lei Maria da Penha, que completou 17 anos no último dia 07 de agosto. A promulgação da lei foi um grande avanço, mas ainda estamos longe da solução para o problema. A violência contra a mulher  não se restringe à  física ou sexual, como muitos pensam, há ainda outros tipos  de violência que são menos comentadas, porém graves e estão previstas em lei, por isso é muito importante falar sobre o assunto. 

A violência afeta mulheres de todas as idades, origens, etnias, classes sociais e níveis educacionais. Além da agressão física e estupros,  a violência contra a mulher se manifesta de  várias formas, como o abuso emocional, assédio sexual, exploração econômica e violência virtual. E quantas mulheres perdem a vida pelas mãos de seus companheiros ou ex? Os números são alarmantes e crescem a cada ano.

Violência Doméstica

Estima-se que uma em cada três mulheres sofre violência doméstica em algum momento da vida. Essa forma de violência ocorre dentro dos lares e é perpetrada, na maioria das vezes, por cônjuges ou parceiros íntimos, ex-parceiros ou familiares.

Assédio Sexual

O assédio sexual é uma forma de violência que ocorre em espaços públicos e privados, nas ruas, nos locais de trabalho, escolas e transportes. Pesquisas indicam que mais de 50% das mulheres já toleraram algum tipo de assédio sexual em suas vidas.

Violência Virtual

Com o crescimento das redes sociais e da comunicação virtual, a violência on-line contra mulheres tem se tornado uma preocupação crescente. Muitas mulheres são alvo de ataques verbais, ameaças, divulgação não consentida de fotos íntimas e perseguição.

Violência Econômica

A violência econômica é uma forma sutil de abuso, onde as mulheres têm seu acesso a recursos financeiros limitados, são controladas financeiramente ou têm seus bens e propriedades confiscados.

Violência psicológica

Segundo o Código Penal é o ato de “causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões”. Em suma, a violência psicológica  ocorre mediante constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, desvalorização moral ou deboche público, assim como atitudes que abalam a autoestima da vítima e podem desencadear diversos tipos de doenças, tais como depressão, distúrbios de cunho nervoso, transtornos psicológicos, entre outras. 

Feminicídio 

O feminicídio é a mais extrema manifestação de violência contra a mulher, caracterizando-se pelo assassinato de mulheres em razão do seu gênero. Dados alarmantes mostram que, a cada 90 minutos, uma mulher é assassinada no Brasil, sendo o país com uma das maiores taxas de feminicídio no mundo.

A Lei nº 13.104/2015 torna o feminicídio um homicídio qualificado e o coloca na lista de crimes hediondos, com penas mais altas, de 12 a 30 anos. É considerado feminicídio quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.

Por que é tão importante romper com o silêncio e discutir com toda a sociedade?

  1. Conscientização e Rompimento do Silêncio: Falar abertamente sobre o tema ajuda a romper o silêncio que muitos enfrentaram, permitindo que elas percebessem que não estão sozinhas e que há ajuda disponível.
  2. Mudança de Cultura e Educação: A conscientização coletiva é essencial para desafiar as normas culturais que perpetuam a violência de gênero. É fundamental promover a educação de crianças e jovens sobre a igualdade de gênero e o respeito mútuo.
  3. Acesso à Justiça e aos Direitos: Ao discutir a violência contra a mulher, é possível fortalecer as políticas públicas e a legislação tratada para a proteção das vítimas, garantindo o acesso à justiça e aos direitos humanos.
  4. Prevenção e Intervenção: Compreender a dimensão e as formas de violência contra a mulher é essencial para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e intervenção, visando reduzir os casos de agressão e garantir a segurança das mulheres.
  5. Empoderamento Feminino: A discussão sobre a violência contra a mulher contribui para o empoderamento feminino, incentivando as mulheres a se tornarem agentes de mudança em suas vidas e comunidades.

Combater a violência contra a mulher exige esforços conjuntos de governos, instituições, organizações da sociedade civil e cada um(a) de nós. O respeito à dignidade e aos direitos das mulheres é essencial para a construção de uma sociedade justa, igualitária e livre de violência. Juntos, podemos fazer a diferença e criar um futuro mais seguro e inclusivo para todas as mulheres.

Onde denunciar?

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180

Presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs)

São unidades especializadas da Polícia Civil para atendimento às mulheres em situação de violência.

Caso de emergência: ligue 190

É o número de telefone da Polícia Militar que deve ser acionado em casos de necessidade imediata ou socorro rápido.

É fundamental reafirmar o compromisso de toda a sociedade na luta contra a violência contra a mulher.

Fontes de pesquisa

  • https://www.saopaulo.sp.leg.br/
  • https://www.geledes.org.br/
  • https://www.tre-rr.jus.br/
  • https://www12.senado.leg.br/
  • https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2023/03/08/brasil-bate-recorde-de-feminicidios-em-2022-com-uma-mulher-morta-a-cada-6-horas.ghtml
  • Imagens: Pexels
  • Infográfico completo: Disponível em G1

Ser professor – poema de John W. Schlatter

Eu sou um professor.

Nasci no primeiro momento quando uma pergunta saltou da boca de uma criança.

Tenho sido muitas pessoas em muitos lugares.

Sou Sócrates, estimulando a juventude de Atenas a descobrir novas idéias usando perguntas.
Sou Anne Sullivan, tamborilando segredos do universo sobre a mão estendida de Hellen Keller.
Sou Esopo e Hans Christian Andersen, revelando a verdade por meio de muitas, muitas histórias.
Sou Darcy Ribeiro, construindo uma universidade a partir do nada no planalto brasileiro.
Sou Ayrton Senna, que transforma sua fama de herói esportista em recursos para educar crianças em seu país.
Sou Anísio Teixeira, na sua luta para a democratização da educação para que todas as crianças brasileiras tenham acesso à Escola.

Viagem

A vida é como uma viagem num solitário barco pelo mar revolto da humanidade. Cabe a cada um de nós guiar seu próprio barco da melhor maneira possível, já que a vida tem seus altos e baixos:  as marés,   as tsunamis, as tempestades, as perdas…      

Difícil navegar nestas condições. Mas como todo bom navegador, cumpre a cada um contornar seus obstáculos e ir em frente. O importante é sintonizar o ritmo do universo, sempre contínuo, nunca retrógrado.

Mito às avessas – um convite à aventura na fantástica companhia dos mitos brasileiros

Saci, Loira do banheiro e lobisomem são algumas das personagens do nosso folclore que vivem uma  grande aventura neste conto fantástico. Mas atenção, estes mitos estão um pouco diferentes… O que está acontecendo com essa turma?

 

Mônica Menezes apresenta seu novo livro
Foto: Reprodução Facebook

Para saber mais sobre esta história e como tudo começou, conversei com Mônica Menezes,  pedagoga, escritora e pós- graduanda em Literatura Infantil e Juvenil – UCAM e que atua como professora da rede municipal do Rio de Janeiro há 33 anos. Há oito anos é regente em Sala de Leitura, desenvolvendo projetos de estimulação de leitura e escrita autoral com crianças de cinco a doze anos.

Mito às avessas é seu primeiro livro infantil. Com tanta bagagem e conhecimento, Mônica traz à tona diversos temas, abordados com leveza, mas que precisam ser debatidos em nossa sociedade.